Flávio Império (São Paulo 1935 - idem 1985). Cenógrafo, figurinista, diretor, arquiteto, professor e artista plástico. Suas experiências na pintura evidenciam o aprendizado da linguagem modernista. Em 1956, entra na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) e, concomitantemente, trabalha como cenógrafo, figurinista e diretor no grupo de teatro amador da Comunidade de Trabalho Cristo Operário, na periferia de São Paulo.
Em 1958, passa a integrar o Teatro de Arena. No ano seguinte, estreia como cenógrafo do grupo em Gente como a Gente, dando início à parceria artística com Augusto Boal. Em 1960, concebe os cenários e figurinos de Morte e Vida Severina para o Teatro Experimental Cacilda Becker, fazendo uso dos tecidos, das técnicas artesanais e referências à cultura brasileira. Começa em 1962 a trabalhar para o Teatro Oficina, de José Celso Martinez Corrêa.
No Oficina, participa de Um Bonde chamado Desejo, O Melhor Juiz: o Rei e Andorra, entre outros projetos. Tem ainda importantes realizações no Arena, como Arena Conta Zumbi (1965) e Arena Conta Tiradentes (1967). Em 1968, dirige e cenografa Os Fuzis de Dona Tereza, adaptação da obra de Brecht para o Teatro da Universidade de São Paulo (TUSP) e fora do grupo Oficina, mas ao lado de Zé Celso, cria o cenário e o figurino de Roda Viva, em que estão presentes o colorido e as referências à cultura pop do Tropicalismo.
Na década de 1970, dá início à parceria com Fauzi Arap em espetáculos teatrais e musicais. Realiza trabalhos elogiados em Labirinto: Balanço da Vida, Pano de Boca e Um Ponto de Luz (textos e direção de Fauzi) e, também com direção deste, cenografa espetáculos musicais entre os quais se destacam os trabalhos com Maria Bethânia.
é professor da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD/USP), entre 1962 e 1966. Leciona, entre 1962 e 1977, na FAU/USP, escola na qual volta a dar aulas em 1985; entre 1964 e 1967, na Fundação Armando álvares Penteado (Faap); e na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, entre 1981 e 1985. No fim da década de 1970 e início dos anos 1980, Flávio retoma sua atividade como artista plástico, além de desenvolver projetos para o Teatro Popular do Sesi (TPS) como os cenários de A Falecida (1979), e de Chiquinha Gonzaga, ó Abre Alas (1983).
Fonte: www.itaucultural.org.br